segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Petrolífera Anadarko descobre nova reserva de gás no Rovuma em Moçambique


A petrolífera norte-americana Anadarko anunciou sexta-feira a descoberta de mais uma reserva de gás natural em águas profundas da bacia sedimentar do Rovuma, no norte de Moçambique, escreve hoje o jornal Notícias do Maputo.
Em Maio a Anadarko havia igualmente descoberto gás natural no furo de nome Golfinho localizado na área 1 da Bacia do Rovuma.
A nova descoberta, no furo denominado Atum, ocorre cerca de dois meses depois do inicio da perfuração.
Recentemente a Anadarko e a Eni anunciaram sucessivas descobertas de gás natural na zona.
Também as petrolíferas Petronas e Statoil devem iniciar brevemente perfurações na região do Rovuma.
Os concessionários da área 1 da Bacia do Rovuma, cujo contrato de pesquisa e produção foi assinado em 2006, incluem para além da Anadarko com 36,5%, também a Mitsui E and P com 20%, a Empresa Moçambicana de Hidrocarbonetos, EP, com 15%, a BPRL Ventures Mozambique BV com 10%, a Videocom Mozambique Rovuma 1 Limited com 10 % e a Cove Energy com 8,5%.(macauhub
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O camarão-tigre, em Mocambique


O camarão-tigre,

No post anterior que eu falava sobre Moçambique, mencionei que na sequência eu iria tentar falar um pouco sobre os aspectos da identidade do moçambicano. No entanto, por se tratar de tema complexo e ainda por não ter ouvido todas as fontes que gostaria, preferi postar um antes que fala também dessa identidade, mas sobre outra vertente. Espero que goste. Vamos a ele.
Comer frutos do mar em Moçambique não é considerado um luxo como em muitas partes do Brasil. Em Minas, por exemplo, principalmente em Belo Horizonte, vejo “restaurantes legais” colocar os preços dos mariscos nas alturas, só para nos fazer lembrar nossa distância do Atlântico. (risos)
Os amigos mais próximos, família e Luisa conhecem bem o meu “subnutrido apetite” por tudo que debaixo d’água vive. Tenho uma certa resistência herdada do ventre materno (risos). Mas creia, isso não me impediu de comer um camarão pescado em Moçambique. “O camarão-tigre”. Um orgulho nacional, pelo que percebi.
É recorrente a afirmação entre os moçambicanos que converso de que “o camarão pescado na costa de seu país é o melhor do mundo”. Não tenho parâmetros para falar sobre, dada a minha forte aversão a crustáceos (que continua, diga-se de passagem – mesmo diante de sucessivas tentativas), mas há quem diga “que é realmente sensacional”…
Degustei o tal e de quebra, conheci um local muito bacana. Não sei ao certo se gostei mais do camarão ou do lugar encontrado. Mas de qualquer forma, entre dúvidas e certezas, cá está esse post que divido com você agora.
Onde encontrar o tal tigre
Bom, já falei bastante e ainda não disse onde comer esse camarão né? Você pode encontrá-lo fresquinho, saído das águas mansas do Índico no Mercado do Peixe, em Maputo. Ainda continuo sem saber se gostei mais do “tigre” ou do lugar onde o comi, mas chega de enrolação, vamos lá.
Mercado do Peixe em Maputo
O local é superagradável e é uma parada obrigatória para a “turistada”. De fácil acesso, tanto de carro como de “chapas” (tranporte coletivo de Maputo), o Mercado está localizado na Avenida Marginal, próximo a praia da Costa do Sol, agarradinho ao Clube Marítimo e é, sem dúvida, um dos locais que você não pode deixar de visitar na capital de Moçambique.
Uma dica. Se você for do tipo  “nojentinho (a)”, conhecer o “Mercadão” pode não ser aprazível. Se é daqueles (as)  “tudo clean com glamur e fru-frus”, passar por esse sítio (local, como dizem por aqui) pode ser um programa desastroso. Por quê? Explico: o cheiro forte dos peixes e a aglomeração de gente podem incomodar alguns mais sensíveis aos cheiros e a “poeira de gente”.
Conselho. Se você é assim esqueça esse post e vá ler em outro lugar algo sobre “como eliminar germes” ou ainda “como se deliciar da alta culinária sem sujar suas mãos e dentes” (risos). Lencinhos umedecidos e tchau-tchau. Foi mal, mas detesto “gente limpinha demais. Pago por minha sinceridade.
Espantados os “frescóides de plantão”, tenho a dizer que o lugar não é tão bonitinho à primeira vista. Mas, se você ainda quiser conhecer e tiver um olhar mais atento vai perceber que lá é um lugar de efervescência de costumes locais, de cores, de sons e de cheiros que vale à pena conferir. E claro, comer o legítimo camarão moçambicano pode valer às custas de se aventurar por lá. Porque lá é realmente uma aventura, explico a seguir.
O que se vê do lado de fora
Não se assuste. Na rua do mercado há um transa-transa de gente comprando e vendendo coisas. Vão lhe oferecer algo com certeza. Nas barraquinhas do lado de fora do Mercado você encontra de tudo: preservativos, ervas medicinais, vassouras, bolsas femininas, papel higiênico, alicates de unha, artigos eletrônicos, foguetes, velas, detergentes, chocolates, cigarros e bebidas. Um mercado paralelo ao  Mercado do Peixe que é curioso observar. Mas o melhor ainda está por vir.
Já à porta, muitas atendentes dos restaurantes que ficam ao fundo do Mercado do Peixe vão te abordar querendo levá-lo (a) aos seus respectivos estabelecimentos. Elas são realmente determinadas. Então, dê seu jeito e vá primeiro dar uma voltinha nas barracas dentro do Mercado antes de pensar em se sentar para o almoço. Despistá-las é a saída. Mas adianto, não é tarefa das mais fáceis.
As barraquinhas de madeira
Extensas bancadas de madeira se misturam a peixes coloridos, balanças e gente passando de um lado para o outro. Paredes desgastadas pelo tempo nem se percebe, o charme fica por conta dos incansáveis vendedores que comercializam variados tipos de peixe, ostras, camarões-tigres, lagostas, lulas e caranguejos.
Perguntei a uma “mamá” (maneira respeitosa como os moçambicanos tratam senhoras de idade em changana) se o Mercado abre todos os dias e ela com as mãos perfumadas por uma lula me respondeu que sim. Até aos domingos “mamá”? “Sim, “boss”, é nos domingos que vem mais “gentes” parar neste sítio”. (sic)
O que é o mais legal? O legal é você ir até lá e “pescar” seu peixe numa das barraquinhas de madeira do mercado. Outra coisa bacana é poder levar para o preparo num dos restaurantes que ficam no fundo do lugar. Mas há também alguns inconvenientes, conto na sequência.
Se esquive dos vendedores chatos
Os “papás” e “mamás” vendem freneticamente seus pescados. E são super insistentes no comércio dos mariscos. Não se engane, são tão chatos que se você não estiver numa “vibe legal” vão conseguir lhe estressar. É a prática do local fisgar o cliente pela boca, ops, insistência. Não tenha medo de ser duro (a) em alguns momentos, pois caso contrário, vai chegar um momento em que 15 ou 20 vendedores vão fazer sua cabeça fritar mais que peixe na frigideira. Paciência e firmeza não faz mal a ninguém.
Eles chegam mesmo a brigar um vendedor com o outro por conta de uma venda. Disputam clientes no anzol. E quando pescam seus clientes, aí é a hora de negociar. A parte mais legal.
Se você estiver disposto a degustar o “camarão-tigre” é preciso pechinchar. O barato é isso, a negociação dos pescados pode durar horas e nesse meio tempo você pode ir sentindo o local e perceber os hábitos e práticas do lugar.
Se estiver com pressa, esqueça. O lance é passar pelas barraquinhas de madeira, apressar os valores dos peixes e conversar com os vendedores. Ah e “gringuitos” no final sempre irão gastar um pouquinho a mais. É normal isso por aqui, uma prática corriqueira. Para além do produto que escolheu, saiba tirar dali outras experiências.
Saiba que tudo lá é muito fresquinho, apesar de não haver refrigeração. O pescado fica no gelo e não tem aquele odor de peixe velho não! No entanto, se você não saca muito de frutos do mar, o mais recomendável é ter um amigo que faça às vezes. Pois, apesar de ser tudo muito fresco, um ou outro pescado pode estar digamos: “em processo de amadurecimento”. (risos)
Média dos preços
Vamos lá, se me recordo bem era assim: 1kg de camarão-tigre = 550,00 meticais (mtc); 1kg de camarão kapa = 450,00 meticais (mtc); 1 kg de lagosta = 600,00 meticais (mtc) e 1 kg de lula = 350,00 meticais (mtc). Claro que há também uma variedade gigantesca de outros pescados. E tudo é negociável. Para se ter uma ideia em reais, divida tudo por 14 e vai saber. E esse valores podem cair bastante, basta exercitar a arte que sabemos bem: “dar uma choradinha nos preços”. Outra coisa importante é checar a balança na hora de comprar os pescados e ficar esperto para não ser enganado (a).
Restaurantes do Mercado
Depois que você escolheu tudo fresquinho é hora de levar o que comprou para os restaurantes que ficam lá no fundo do Mercado do Peixe. Há vários e você pode escolher. Lá eles limpam o peixe e preparam tudo. Servem acompanhamentos e uma cervejinha não muito gelada. Whatever, estamos em África meus caros brasileiros. Cerveja gelada é coisa rara por aqui. Ah, outra coisa: seu prato com o pescado vai demorar um bocadinho (risos). Esteja disposto (a).
Atrás das barraquinhas onde os vendedores se digladiam pelos clientes, você encontra um lugarzinho bem aconchegante, com várias mesas de plástico e cadeiras ao redor de um “canheiro” (árvore que da o fruto marula – lembra aquela bebida “Amarula” que a gente toma no Brasil? Pois é, a própria), que faz sombra ao local e deixa extremamente convidativo sentar-se ali e aos seus pés.
Vai demorar o prato? Vai, mas vale à pena deixar-se embalar pela sombra daquela árvore e ali, abraçado por ela, tomar uma 2M (cerveja local) e prosear com os amigos ao som de muitas músicas tradicionais que tocam nos restaurantes dali. Isso só abre o apetite e o preço é acessível.
Almoçar lá é “maningue nice” (maneira usual do moçambicano se referir a algo muito bom – maningue em changana quer dizer muito e nice – pô, claro que você sabe o que isso significa em inglês). E vale à pena viu, até para quem não curte peixe como eu.

Moçambique leva a leilão pedras toneladas de pedras semi-preciosas apreendidas


Moçambique leva a leilão pedras toneladas de pedras semi-preciosas apreendidas




(2010-02-19) Cerca de duas toneladas de minerais diversos, nomeadamente pedras semi-preciosas, apreendidas pelas autoridades de Moçambique vão ser este ano leiloadas, afirmou em Nampula a ministra dos Recurso Minerais, Esperança Bias.

À margem da reunião nacional dos titulares de licenças de comercialização mineira, a ministra disse que recentemente foi apreendido material avaliado em 150 mil dólares sendo que o valor total dos minerais a serem leiloados aproxima-se de 200 mil dólares.

O encontro de Nampula tinha por objectivo analisar a actividade mineira em Moçambique, desde o licenciamento, extracção, comercialização e exportação daqueles produtos, interagir com os titulares das licenças de comercialização que no país ascendem a 400 pessoas singulares e colectivas.

A ministra informou ainda que o Fundo do Fomento Mineiro vai, a partir deste ano, deixar de se dedicar à comercialização de minerais, passando a ocupar-se da assistência técnica aos operadores artesanais de pequena escala.

“No ano passado criámos em Nampula o centro de Gemologia e Lapidação que vai se dedicar à formação de operadores em termos de gestão de negócios, cursos de identificação e avaliação de minerais e de lapidação por forma a acrescentar valor aos nossos minerais”, anotou Bias para quem, este ano, pelo menos 40 lapidadores serão formados naquele centro.


Recursos minerais e infra-estruturas oferecem “enormes oportunidades de investimento” em Moçambique

A exploração de recursos minerais em Moçambique, associada ao desenvolvimento das infra-estruturas, oferece “enormes oportunidades de investimento” para as empresas e vai mudar o panorama económico do país, afirma o Gabinete Legal Moçambicano (GLM).
A afirmação do GLM, que integra a rede internacional da sociedade de advogados portuguesa PLMJ, consta do Guia de Investimento em Moçambique, publicado este mês em Maputo, que pretende reunir a informação necessária para apoiar investidores com interesses ou negócios no país africano.
“A diversidade e a vastidão de recursos minerais existentes no país, como o gás natural, carvão, ouro, titânio, ilmenite, zircão, rutilo, tantalita, mármores e pedras preciosas, representam enormes oportunidades de investimento”, refere o documento.
Estas oportunidades, “aliadas ao desenvolvimento das infra-estruturas, trarão certamente alterações ao panorama económico moçambicano”, adianta.
A GLM destaca ainda a ampliação da capacidade de geração de energia em mais de 16 mil megawatts, com o início da extracção comercial de gás natural, reparação e construção de novas instalações hidroeléctricas, início da exploração e fomento das energias alternativas e renováveis, como solar, eólico e biocombustíveis.
Novas infra-estruturas públicas, como estradas, pontes, telecomunicações ou de águas, resultantes de parcerias público-privadas, permitem “o acesso a locais antes inacessíveis e o desenvolvimento de novas indústrias”.
O Guia destaca ainda as oportunidades existentes no sector imobiliário, que se encontra “em franco desenvolvimento”.
O Guia de Investimento em Moçambique, publicado em português, inglês e, brevemente, em mandarim, vem alargar a série de guias já lançados pela PLMJ, que contempla países como Angola, China e Brasil.
Moçambique é actualmente considerado um dos países com melhor desempenho económico da África subsariana, com um crescimento médio anual do PIB de 8% na última década, “impulsionado principalmente pelo investimento em recursos minerais, indústria, serviços e um forte apoio por parte de países doadores”, refere o Guia.
A agricultura é o sector que mais mão-de-obra emprega e as principais indústrias do país são o alumínio, gás natural, camarões, castanha de caju, algodão, açúcar, citrinos, madeira e electricidade.
No seu mais recente relatório sobre Moçambique, intitulado “Um Novo Lugar no Xadrez Internacional”, os analistas do banco português BPI dão conta da atenção que incide sobre a economia moçambicana, após as recentes descobertas de depósitos de gás natural.
O ano de 2011 foi “um ponto de viragem importante para Moçambique”, com o início de actividade dos grandes projectos de investimento no sector mineiro e em particular da exportação de carvão e, no futuro próximo, a previsão de crescimento do BPI assenta no intervalo de 6 a 7%.
“A médio prazo, o potencial de expansão será provavelmente superior e as actuais estimativas poderão ser conservadoras”, pode ler-se no documento. (macauhub)
Tempo (meteorologia)
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Para outros significados ver Tempo (desambiguação)

Tempo é o estado da atmosfera num determinado momento, que pode ser interpretado sob as escalas convencionais que podem considerar a atmosfera como quente ou fria, úmida ou seca, calma ou tempestuosa, limpa ou nublada.[1] A maior parte dos eventos meteorológicos ocorre na troposfera,[2][3] a camada mais baixa da atmosfera terrestre. O tempo pode ser referir, geralmente, às mudanças cotidianas na temperatura e na precipitação, onde o clima é o termo empregado para se referir às condições atmosféricas médias ao longo de um período mais prolongado de tempo.[4] Quando o termo é usado sem nenhuma qualificação, "tempo" é entendido como sendo o tempo da Terra.
Os fenômenos meteorológicos ocorrem devido às diferenças de temperatura, pressão atmosférica ou umidade do ar entre uma massa de ar e outra. Um dos principais motores de formação de eventos meteorológicos de escala global é a diferença do ângulo de radiação solar entre a linha do Equador e os polos e a consequente diferença de temperatura entre estas regiões: a região equatorial recebe a incidência solar diretamente, perpendicular à superfície, enquanto que as regiões polares recebem a incidência solar praticamente em paralelo à superfície, tornando a radiação solar mais difusa e com um poder menor de aquecimento. O intenso contraste de temperatura entre as regiões trópicas e polares geram as correntes de jato nas regiões temperadas, e as perturbações nessas correntes de jato podem vir a gerar ciclones extratropicais. Devido ao eixo da Terra estar inclinado em relação ao plano orbital, o ângulo de incidência da luz solar varia conforme o progresso do ano. Na superfície terrestre, a temperatura normalmente varia entre -40 °C e 40 °C anualmente. Por milênios, as mudanças na órbita terrestre afetam a quantidade e a distribuição da radiação solar recebida pela Terra e influenciam o clima em um longo prazo.
As diferenças da temperatura na superfície causam diferenças de pressão atmosférica. Altitudes altas são mais frias do que altitudes baixas devido às diferenças de calor nas diferenças da densidade da atmosfera. A previsão do tempo é a aplicação da meteorologia para predizer o estado da atmosfera em um momento futuro próximo e em um determinado local. A atmosfera é um sistema caótico, e, portanto, pequenas mudanças na atmosfera podem se multiplicar e ter grandes efeitos no sistema como um todo. As tentativas humanas de manipulação do tempo têm ocorrido em toda a história, e há evidência de que a atividade humana, como a agricultura e a indústria, têm modificado inadvertidamente os padrões meteorológicos.
O estudo de como o tempo ocorre em outros planetas têm sido de ajuda no entendimento de como o tempo ocorre na Terra. Um famoso fenômeno meteorológico extraterrestre no Sistema Solar é a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, que se trata de um anticiclone que tem a existência conhecida por mais de 300 anos. Entretanto, o tempo não é limitado aos corpos planetários. A coroa solar está constantemente sendo perdida para o espaço, criando o que é essencialmente uma atmosfera muito tênua em torno do Sol, que é a região conhecida como a heliosfera. O movimento de massa ejetada do Sol é conhecido como vento solar.
Índice

Causas
Nuvens mammatus sobre a Austrália em 2008
Na Terra, os fenômenos meteorológicos mais comuns incluem o vento, as nuvens, a chuva, a neve, o nevoeiro e as tempestades de areia. Eventos meteorológicos menos comuns incluem desastres naturais, como tornados, ciclones tropicais e tempestades de gelo. Praticamente todos os fenômenos meteorológicos cotidianos ocorrem na troposfera,[3] a parte mais baixa da atmosfera terrestre. Manifestações meteorológicas podem ocorrer na estratosfera, a camada da atmosfera terrestre logo acima da troposfera, e tais eventos podem modificar os fenômenos ocorridos na troposfera, mas os mecanismos físicos envolvidos praticamente não são compreendidos atualmente.[5]
Os fenômenos meteorológicos ocorrem devido às diferenças de temperatura, pressão atmosférica e umidade do ar entre uma massa de ar e outra. Estas diferenças podem ocorrer devido ao ângulo de incidência da radiação solar, que varia conforme a latitude e tem como consequência a diferença da quantidade de insolação por unidade de área na superfície. Em outras palavras, quanto mais longe a localidade estiver da linha do Equador, menos insolação a localidade irá receber, pois o ângulo de incidência da radiação solar deixará de ser perpendicular à superfície e tenderá a decrescer conforme se avança em direção aos polos.[6] O intenso contraste entre a temperatura nas regiões trópicas para as regiões polares causa a formação das correntes de jato nas regiões de latitude média.[7] Boa parte dos fenômenos meteorológicos ocorridos nestas regiões do planeta é devida à instabilidades das correntes de jato, que podem levar à formação de eventos meteorológicos como os ciclones extratropicais (devido à processos baroclínicos).[8] Os fenômenos meteorológicos ocorridos nas regiões trópicas, como as monções ou tempestades organizadas, como os ciclones tropicais, são causadas por diferentes processos.
Devido ao eixo da Terra estar inclinado em relação ao plano orbital, a luz solar incide em diferentes ângulos conforme o progresso do ano. Em junho no hemisfério norte, o eixo de rotação da terra está inclinada em direção ao Sol, e o ângulo de incidência da radiação solar está mais perpendicular, além da duração do dia estar mais prolongada. Com isso, o hemisfério norte, em junho, tende a receber mais calor proveniente do Sol do que o hemisfério sul, distinguindo o período do ano conhecido como verão. Em dezembro, o processo se inverte e o hemisfério norte recebe menos radiação solar, distinguindo esta época do ano como o inverno.[9] O verão e o inverno são duas das quatro estações; os períodos intermediários são conhecidos como outono e primavera. Por milênios, as mudanças nos parâmetros orbitais da Terra afetam a quantidade e a distribuição de radiação solar recebida pela Terra e influenciam o clima em um longo prazo. Tais mudanças no clima podem ser periódicas, como os ciclos de Milankovitch.[10]
As mudanças na quantidade e distribuição na radiação solar podem ser causadas pela própria influência do tempo meteorológico, como a formação de zonas de gradiente de temperatura e de umidade do ar, e a consequente formação de nuvens e de precipitação.[11] Altitudes altas são mais frias do que altitudes baixas, o que é explicado pelo gradiente adiabático, ou seja, quanto menor a densidade da atmosfera, menor a temperatura ambiente.[12][13] Em escalas locais, as diferenças de temperatura podem ocorrer devido às diferenças de superfície, como os oceanos, florestas, geleiras ou paisagens modificadas artificialmente. Tais superfícies têm diferentes características físicas, como a refletividade, aspereza ou umidade.
As diferenças de temperatura na superfície causam diferenças na pressão atmosférica. Uma superfície quente aquece o ar logo acima, e essa massa de ar aquecida expande-se, diminuindo a pressão atmosférica e sua densidade.[14] O gradiente barométrico horizontal resultante acelera o ar de zonas de alta pressão para zonas de baixa pressão, criando o vento, e a rotação da Terra causa então a curvatura das correntes de vento por meio da força de Coriolis.[15] Os sistemas meteorológicos simples assim formados podem exibir comportamento emergente para produzir sistemas mais complexos e assim produzir outros fenômenos meteorológicos. Exemplos de grande escala incluem a célula de Hadley, e um exemplo de escala menor inclui a brisa litorânea.
A atmosfera é um sistema caótico, e, portanto, pequenas alterações no sistema podem ter grandes consequências do sistema como um todo.[16] Isso dificulta a previsão do tempo de forma mais apurada para um período maior do que alguns dias no futuro, embora os meteorologistas estejam continuamente trabalhando para estender este limite por meio do estudo científico da meteorologia. É teoricamente impossível fazer previsões cotidianas úteis para um período maior do que duas semanas, impondo um limite superior para a capacidade da realização de previsões do tempo.[17]
A teoria do caos diz que a menor variação de um sistema no ponto de partida pode crescer e evoluir, afetando o sistema como um todo após um período de tempo. Esta ideia é às vezes chamada de efeito borboleta, derivada da ideia de que o bater de asas de uma borboleta pode produzir grandes mudanças no estado da atmosfera. Devido à sensibilidade das pequenas mudanças, nunca é possível realizar previsões perfeitas do tempo.

Efeitos
Ver também: Biometeorologia

Enchentes no Rio de Janeiro em abril 2010. Grandes volumes de chuva podem afetar milhões de pessoas em um curto espaço de tempo
O tempo tem sido de grande interferência, e às vezes direta, na história da humanidade. Ao lado de mudanças climáticas que têm causado o deslocamento gradual de massas populacionais, como a desertificação do Oriente Médio, e a formação de pontes terrestres durante o período glacial, episódios de tempo severo têm causado a migração, em escala menor, de massas populacionais, e com isso, ficaram registrados permanentemente na história da meteorologia e da população afetada. Um desses eventos meteorológicos extremos foi o impedimento do avanço das frotas mongóis, lideradas por Kublai Khan, pelos ventos "Kamikaze" em 1281.[18] A intenção de possessão da Flórida pela França veio a um fim em 1565 quando um furacão destruiu a frota naval francesa, permitindo assim que a Espanha conquistasse Fort Caroline.[19] Mais recentemente, o furacão Katrina, em 2005, causou a saída permanente de mais de um milhão de pessoas da costa do golfo dos Estados Unidos, tornando-se a maior diáspora da história americana.[20]
A Pequena Idade do Gelo levou a quebra na colheita e levou a grandes ondas de fome na Europa. Na Finlândia, a fome de 1696-97 matou cerca de um terço da população.[21]
Embora o tempo afete as pessoas de maneiras drásticas, também pode afetar de maneiras mais simples. O corpo humano é afetado negativamente por extremos na temperatura, umidade e vento.[22]
Previsão do tempo
Ver artigo principal: Previsão do tempo
Mapa meteorológico da Europa, mostrando o progresso barométrico da tempestade de vento "Emma", em 3 de março de 2008
A previsão do tempo é uma das aplicações da meteorologia para prever o estado da atmosfera em um tempo futuro e em um determinado local. A humanidade tem tentado prever o tempo por milênios, mas a meteorologia começou a ser empregada para as previsões do tempo a partir do século XIX. As previsões meteorológicas são feitas através da coleta de dados sobre o estado atual da atmosfera terrestre, e com a compreensão científica dos processos atmosféricos para projetar como o tempo irá evoluir.[23]
A plataforma principal para a previsão numérica do tempo é a análise da pressão atmosférica e as causas de sua mudança, além de seus desdobramentos.[24] Para isso, foram criados modelos meteorológicos capazes de acompanhar o movimento das massas de ar com diferentes pressões atmosféricas, as suas relações (gradientes de pressão), além de associar a temperatura e a umidade do ar. Tais modelos meteorológicos são capazes de determinar o comportamento da atmosfera para um curto período de tempo no futuro.[23] No entanto, não é possível, com a atual tecnologia, prever todos os desdobramentos da atmosfera; a atmosfera apresenta um comportamento caótico, isto é, um pequeno fator, que pode ser menor do que a margem de erro dos dados numéricos, pode desencadear eventos imprevisíveis.[25] Para minimizar tais erros, é necessário uma massiva coleta de dados numéricos, e as suas interconexões são processadas por supercomputadores. Entretanto, a dinâmica da atmosfera ainda não é totalmente compreendida, e a previsão torna-se cada vez mais imprecisa conforme se aumenta o período de tempo no futuro; os modelos meteorológicos atuais são capazes de prever certos eventos apenas em um período de quinze dias no futuro, e os modelos climáticos não podem prever eventos que poderão vir a ocorrer a mais de oito meses no futuro. Para amenizar os erros, vários modelos meteorológicos são usados em conjunto, estabelecendo-se um consenso entre estes modelos.[23]
Há uma grande variedade de finalidades para a previsão do tempo. Os avisos de tempo severo são importantes para preservar a vida humana e a economia. As previsões baseadas na temperatura e precipitação são importantes na agricultura. A previsão da temperatura também é importante na previsão, por exemplo, da demanda da energia elétrica ou de água para os dias vindouros. O cotidiano das pessoas pode ser alterado conforme a previsão do tempo. As atividades ao ar livre, como a construção civil, também são influenciadas pela previsão do tempo.





Modificação do tempo
A poluição do ar pode causar modificações indesejadas no tempo, como a formação da chuva ácida
A aspiração da manipulação do tempo é evidente em toda a história humana: desde os rituais antigos para trazer chuva às plantações, até a intervenção das Forças Armadas dos Estados Unidos, batizada de Operação Popeye, uma tentativa de corromper a linha de suprimentos militares por meio da tentativa da intensificação e alongamento da estação monçonal no Vietnã do Norte. As tentativas de maior sucesso na manipulação do tempo envolveram a semeadura de nuvens; incluem técnicas de dispersão de nevoeiros e stratus baixos realizadas pelos maiores aeroportos. Também podem incluir a tentativa da indução de uma maior precipitação de neve sobre as montanhas, além de técnicas para evitar o granizo.[26] Um exemplo recente de controle do tempo ocorreu durante as Jogos Olímpicos de Verão de 2008. A China disparou 1.104 foguetes dispersores de chuva de 21 localidades de Pequim, em uma tentativa de afastar qualquer área de chuva do local da Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos em 8 de agosto.[27]
Embora haja evidências inconclusivas sobre a eficácia destas técnicas, há extensas evidências de que a atividade humana, como a agricultura e a indústria, resulta na modificação inadvertida do tempo:[26]
As mudanças climáticas causadas pelas atividades humanas que emitem gases do efeito estufa podem afetar a frequência de eventos meteorológicos extremos, como secas, temperaturas extremas, enchentes, fortes ventos e tempestades severas.[28]
Os efeitos da modificação inadvertida do tempo podem causar ameaças sérias a muitos aspectos da civilização, incluindo ecossistemas, recursos naturais, produção agrícola, desenvolvimento econômico e saúde humana.[29]



Extremos

A Estação Vostok, no interior da Antártida. No inverno de 1983, a temperatura aos arredores da estação caiu para -89,2 °C
Na Terra, a temperatura varia normalmente entre -40 °C a 40 °C anualmente. A variedade de climas e latitudes no planeta pode oferecer extremos de temperatura que se situam fora da variação normal da temperatura. A temperatura do ar mais baixa já registrada na Terra é de -89,2 °C na Estação Vostok, Antártida, em 21 de julho de 1983. A temperatura mais alta do ar já registrada é de 57,7 °C em Al 'Aziziyah, Líbia, em 13 de setembro de 1922.[30] A maior média anual de temperatura é de 34,4 °C em Dallol, Etiópia.[31] A menor média anual de temperatura é de -55,1 °C, também na Estação Vostok, Antártida.[32] Mas a menor média anual de temperatura em uma localidade permanentemente habitada é de -19,7 °C em Eureka, Canadá.[33]
O tempo fora da Terra
A Grande Mancha Vermelha de Júpiter
O estudo de como o tempo ocorre em outros planetas tem sido visto como útil no entendimento de como o tempo ocorre na Terra.[34] O tempo em outros planetas segue muitos dos mesmos princípios físicos do tempo na Terra, mas ocorre em diferentes escalas e em atmosferas de diferentes composições. A missão Cassini-Huygens para Titã descobriu nuvens formadas de metano ou etano que se precipitam em metano líquido ou em outros compostos orgânicos.[35] A atmosfera terrestre inclui seis zonas de circulação latitudinais, três em cada hemisfério.[36] Em contraste, Júpiter parece possuir muitas de tais zonas de circulação, claramente visíveis devido às diferenças latitudinais de coloração da atmosfera.[37] Titã tem apenas uma corrente de jato, situada aos arredores do paralelo 50°N do satélite,[38] enquanto que Vênus tem apenas uma única corrente de jato perto do seu equador.[39]
Uma das mais famosas manifestações meteorológicas fora da Terra é a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, que se trata de um imenso anticiclone que tem a sua existência comprovada por mais de 300 anos.[40] Em outros planetas gasosos, a ausência de superfícies sólidas permite que o vento alcance enormes velocidades: rajadas de mais de 600 metros por segundo (cerca de 2.100 km/h) foram medidas em Netuno.[41] Isto criou um quebra-cabeças para os cientistas planetares. O tempo é basicamente criado pela energia solar, e Netuno recebe apenas cerca de 1/900 da energia recebida pela Terra, mesmo assim a intensidade do fenômeno meteorológico em Netuno é muito maior do que o observado na Terra.[42] Os ventos mais fortes já registrados fora da Terra foram observados no planeta extrassolar HD 189733 b, que se estima que tenha ventos que se movem a mais de 9.600 km/h.[43]

O tempo no espaço
O tempo não está limitado aos limites planetários. A coroa solar está constantemente perdida para o espaço, criando o que é essencialmente uma atmosfera muito tênua em todo o Sistema Solar. O movimento da massa ejetada pelo Sol é conhecido como vento solar. Inconsistências desses ventos e grandes eventos na superfície solar, como a ejeção de massa coronal, formam sistemas que têm características análogas aos sistemas meteorológicos convencionais (como o vento e pressão atmosférica) e é conhecido geralmente como tempo espacial. Ejeções de massa coronal foram detectados tão longe do Sol quanto Saturno.[44] A atividade desses sistemas meteorológicos espaciais pode afetar atmosferas planetárias e ocasionalmente as superfícies. A interação do vento solar como a atmosfera terrestre pode produzir espetaculares auroras polares,[45] entretanto pode danificar sistemas elétricos sensíveis como linhas de transmissão e sinais de rádio.[46]

Referências
  1. Merriam-Webster Dictionary. Weather. (em inglês) Acessado em 27/06/2008.
  2. Glossary of Meteorology. Hydrosphere. (em inglês) Acessado em 27/06/2008.
  3. a b Glossary of Meteorology. Troposphere. (em inglês) Acessado em 27/06/2008.
  4. "Climate". Glossary of Meteorology. American Meteorological Society
  5. O'Carroll, Cynthia M. (18/10/2001). Weather Forecasters May Look Sky-high For Answers (em Inglês). Goddard Space Flight Center (NASA).
  6. NASA. World Book at NASA: Weather. (em inglês) Acessado em 27/06/2008.
  7. John P. Stimac. Air pressure and wind. (em inglês) Acessado em 05/05/2008.
  8. Carlyle H. Wash, Stacey H. Heikkinen, Chi-Sann Liou, and Wendell A. Nuss. A Rapid Cyclogenesis Event during GALE IOP 9. (em inglês) Acessado em 28/06/2008.
  9. Windows to the Universe. Earth's Tilt Is the Reason for the Seasons! (em inglês) Acessado em 26/08/2008.
  10. Milankovitch, Milutin. Canon of Insolation and the Ice Age Problem. Zavod za Udz̆benike i Nastavna Sredstva: Belgrade, 1941. (em inglês) Isbn=8617066199.
  11. Ron W. Przybylinski. The Concept of Frontogenesis and its Application to Winter Weather Forecasting. (em inglês) Acessado em 28/06/2008.





Tempo e Clima
Na meteorologia existe uma diferença entre o tempo e o clima. O tempo é o estado físico das condições atmosférica em um determinado momento e local. Isto é, a influência do estado físico da atmosfera sobre a vida e as atividades do homem. O clima é o estudo médio do tempo para o determinado período ou mês em uma certa localidade. Também, se refere às características da atmosfera inseridas das observações contínuas durante um certo período. O clima abrange maior número de dados e eventos possíveis das condições de tempo para uma determinada localidade ou região. Inclui considerações sobre os desvios em relação às médias, variabilidade climática, condições extremas e freqüências de eventos que ocorrem em determinada condição do tempo.
A Meteorologia é a ciência que estuda as condições e o comportamento físico da atmosfera. Enquanto que a Climatologia é uma sub-área da meteorologia que estuda o comportamento médio da atmosfera para um determinado período, através de métodos estatísticos. Quando às observações atmosféricas contínuas inseridas durante um período de longo de tempo de 30 anos, para uma localidade, é conhecido como a normal climatológica.
O meteorologista previsor do tempo aplica as leis da física clássica, a sinótica, a dinâmica e as técnicas matemáticas que rege o domínio do movimento da atmosfera, para o estudo das condições de tempo. O climatologista utiliza as técnicas estatísticas para inserir e concluir informações sobre o estudo do clima. Portanto, a Climatologia dependente da Meteorologia.
O clima (do grego para "inclinação", referindo o ângulo formado pelo eixo de rotação da terra e seu plano de translação) compreende um padrão dos diversos elementos atmosféricos [1] que ocorrem na atmosfera da Terra. Fenômenos como frentes frias, tempestades, furacões e outros estão associados tanto às variações meteorológicas preditas pelas leis físicas determinísticas, assim como a um conjunto de variações aleatórias dos elementos meteorológicos (temperatura, precipitação, vento, umidade, pressão do ar) cuja principal ferramenta de investigação é a estatística. As semelhanças em várias regiões da Terra de tipos específicos caracterizam os diversos tipos de clima, para o que são consideradas as variações médias dos elementos meteorológicos ao longo das estações do ano num período de não menos de 30 anos.
Definição
A definição pelo glossário do IPCC é:
"Clima, num sentido restrito é geralmente definido como 'tempo meteorológico médio', ou mais precisamente, como a descrição estatística de quantidades relevantes de mudanças do tempo meteorológico num período de tempo, que vai de meses a milhões de anos. O período clássico é de 30 anos, definido pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Essas quantidades são geralmente variações de superfície como temperatura, precipitação e vento. O clima num sentido mais amplo é o estado, incluindo as descrições estatísticas do sistema global."[2]

A climatologia e o objeto clima
A climatologia é uma especialização da pesquisa meteorológica e geográfica dedicada ao estudo e investigação do clima em seus múltiplos aspectos. Nas ciências atmosféricas, a climatologia investiga as causas e as relações físicas entre os diferentes fenômenos climáticos (por exemplo, os fatores de ocorrência de secas, inundações, ondas de calor, fenômenos El Niño/ENSO, e outros). Na geografia, a climatologia é uma ferramenta de entendimento da relação do homem com seu espaço ambiental, particularmente com os fenômenos atmosféricos, do qual ele é paciente (atingido por vendavais, furacões, tornados, tempestades, enchentes e cheias, por exemplo) e causador (poluição, degradação ambiental, mudança climática devido efeito-estufa e outros). Esses dois pontos de vista, meteorológico e geográfico, complementam-se e não podem ser entendidos de forma separada.
Diferenças entre clima e tempo
O tempo meteorológico é o tempo atual ou tempo a ser previsto pelos meteorologistas, que se estende no máximo a quinze dias.
O clima é o conjunto de estados do tempo meteorológico que caracterizam o meio ambiente atmosférico de uma determinada região ao longo do ano. O clima, para ser definido, considera um subconjunto dos possíveis estados atmosféricos e, para tal, requer a análise de uma longa série de dados meteorológicos e ambientais. Por longa série se entende um período de dezenas de anos. A Organização Mundial de Meteorologia (WMO) recomenda 30 anos para a análise climática.
A concepção original do que é clima foi introduzida através da análise estatística, de longo prazo, considerada, talvez, no fim do século XIX.
A noção de clima tem mudado ao longo do século XX. Até meados do século XX, o clima era considerado "fixo" na escala de tempo de 30 anos e funcionava como a base da previsão de tempo para as regiões tropicais, então bastante desconhecida. Os trópicos eram considerados regiões onde o tempo meteorológico seria regido pelo clima tropical, isto é, por variações sazonais, por exemplo, as "monções" sazonais, e não pelas variações e flutuações diurnas associadas às passagens de frentes e ou presença de sistemas complexos de tempestades. Assim, o tempo nos trópicos seria apenas perturbado por eventos aleatoriamente distribuídos. A existência de fenômenos como "ondas de leste", sistemas convectivos de tempestades da Zona de Convergência Intertropical (ITCZ) não eram conhecidos.[3]
Hoje,ainda é mais difícil dar uma definição do clima baseada em períodos de 30 anos, embora séries de dados de 30 anos sejam comuns. Nota-se, que ao longo de amostras da série temporal, podem ocorrer variações do valor médio, indicando variabilidade climática. Parte dessas variações encontradas ao longo das dezenas de anos pode ser atribuída a causas antropogênicas. Por exemplo, os primeiros anos do século XXI têm sido mais quentes que os encontrados anteriormente na segunda metade do século XX.
Um dos primeiros estudos sobre o clima, proposto por Wladimir Köppen em 1900, fundamentava-se no sentido de clima como fator da dimensão geográfica. Nessa classificação considerava-se a vegetação predominante como uma manifestação das características do solo e do clima da região, permitindo reunir várias regiões do mundo através de semelhanças de sua vegetação, sendo conhecida como "classificação climática de Köppen-Geiger". Em 1931 Charles Warren Thornthwaite introduziu uma nova classificação[4] e em 1948 amplia os estudos através do balanço de água como um fator do clima,[5] que futuramente daria origem à "classificação do clima de Thornthwaite". Emmanuel de Martonne destacou-se no estudo da geomorfologia climática. Seu estudo sobre problemas morfológicos do Brasil tropical-atlântico foi um dos primeiros trabalhos de geomorfologia climática, sendo conhecida a "classificação do clima de Martonne".
Factores climáticos
Os factores climáticos são os elementos naturais e humanos capazes de influenciar as características ou a dinâmica de um ou mais tipos de climas. Para que sejam compreendidos, precisam ser estudados de forma interdisciplinar pois um interfere no outro. São eles:
  • Pressão atmosférica - variações históricas das amplitudes de pressões endógenas (magma) e exógenas (crosta) do planeta Terra;
  • Órbita - mudanças cronológicas (geológicas e astrofísicas) nas posições das órbitas terrestres (em graus, minutos, segundos, décimos, centésimos e milésimos de segundos) ocasionam maiores ou menores graus de insolação que modificam as variadas ações calorimétricas (ora incidentes ou deferentes) no planeta Terra (dificilmente perceptíveis aos humanos);
  • Latitude - distância em graus entre um local até a linha do equador;
  • Altitude - a distância em metros entre uma cidade localizada em um determinado ponto do relevo até o nível do mar (universalmente considerado como o ponto ou nível médio em comum para medidas de altitudes);
  • Maritimidade - corresponde à proximidade de um local com o mar;
  • Continentalidade - corresponde à distância de um local em relação ao mar, permitindo ser mais influenciado pelas condições climáticas provenientes do próprio continente;
  • Massas de ar - parte da atmosfera que apresenta as mesmas características físicas (temperatura, pressão, umidade e direção), derivadas do tempo em que ficou sobre uma determinada área da superfície terrestre (líquida ou sólida);
  • Correntes marítimas - grande massa de água que apresenta as mesmas características físicas (temperatura, salinidade, cor, direção, densidade) e pode acumular uma grande quantidade de calor e, assim, influenciar as massas de ar que se he sobrepõem;
  • Relevo - presença e interferências de montanhas e depressões nos movimentos das massas de ar;
  • Vegetação - emite determinadas quantias de vapor de água, influenciando o ciclo hidrológico de uma região.
  • A presença de megalópoles ou de extensas áreas rurais, as quais modificaram muito a paisagem natural, como por exemplo a Grande São Paulo, a Grande Rio de Janeiro, Tokkaido, a megalópole renana e Bos-wash, influenciando o clima local.
            Caracterização geral do clima: Húmido, tropical; estação seca de Junho a Setembro; As temperaturas médias em Maputo variam entre os 13-24ºC em Julho a 22-31 ºC em Fevereiro
O clima é tropical, influenciado pelo regime de monções do Índico e pela corrente quente do canal de Moçambique. 
Podem ser distinguidas três zonas em todo o território:
Norte e Centro: tropical húmido, tipo monçónico, com uma estação seca de quatro a seis meses.
Sul: Tropical seco, com uma estação seca de seis a nove meses.
Montanhas: Clima tropical de altitude
A estação das chuvas ocorre entre Outubro e Abril. A precipitação média nas montanhas ultrapassa os 2000 mm.
A humidade relativa é elevada situando-se entre 70 a 80%, embora os valores diários cheguem a oscilar entre 10 e 90%.
A temperaturas médias variam entre 20ºC no Sul e os 26º.C no Norte, sendo os valores mais elevados durante a época das chuvas.  

Clima


Costa moçambicana do Lago Niassa.
O clima do país é húmido e tropical, influenciado pelo regime de monções do Índico e pela corrente quente do canal de Moçambique, com estações secas de Junho a Setembro. As temperaturas médias em Maputo variam entre os 13-24 °C em Julho a 22-31 °C em Fevereiro.
A estação das chuvas ocorre entre Outubro e Abril. A precipitação média nas montanhas ultrapassa os 2000 mm. A humidade relativa é elevada situando-se entre 70 a 80%, embora os valores diários cheguem a oscilar entre 10 e 90%. As temperaturas médias variam entre 20 °C no Sul e 26 °C no norte, sendo os valores mais elevados durante a época das chuvas.