quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Vitória de Obama é garantia de continuidade econômica




A reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, representa também uma vitória para os mercados. Especialistas ouvidos pelo site de VEJA preferem a continuidade representada pelo democrata em detrimento das promessas de crescimento a curto prazo aventadas pelo candidato republicano Mitt Romney. Na avaliação dos analistas, Obama possui uma visão mais consistente dos problemas estruturais do país, como a perda de competividade e, principalmente, o chamado abismo fiscal (elevado déficit público) – que, segundo fontes da Casa Branca, terá encaminhamento urgente nos próximos dias.
Infografia: Veja quadro comparativo das propostas de ambos os candidatos
Apesar do risco de que as dificuldades em propiciar uma forte retomada do crescimento econômico lhe tirassem a vitória, Obama parece ter convencido os eleitores de que é uma opção menos arriscada. Nos últimos anos, ele tomou medidas importantes para melhorar a economia, que, ao menos, ajudaram a tirar o país de uma profunda recessão. O mercado não só louva essa sensação de segurança, como aponta outros méritos. Para os analistas, é preferível a proposta do democrata de tentar resolver os graves problemas estruturais do país, ainda que num ambiente de menor expansão do PIB, que as soluções apontadas por Romney de buscar o crescimento custe o que custar, relegando às reformas um papel mais secundário.
Por fim, os especialistas também elogiam uma das principais marcas da gestão Obama e que deve ganhar continuidade: o aperto na regulação financeira. A despeito das reclamações de investidores de que a Casa Branca estaria interferindo em demasia numa seara que costuma funcionar melhor sem amarras, o próprio mercado hoje compreende que um acompanhamento dos reguladores representa uma medida importante. Afinal, foram os excessos cometidos por bancos e fundos de investimento, durante a administração de George W. Bush, entre 2000 e 2008, que arrastaram os EUA para sua pior crise financeira em 80 anos.
Bolsas – Nesta quarta-feira, as bolsas da Ásia fecharam com forte valorização ante o otimismo provocado pela vitória de Barack Obama. As europeias abriram em alta, mas não resistiram ao próprio noticiário negativo da região. Nos Estados Unidos, as bolsas operavam no campo positivo na abertura, mas logo inverteram o sentido. Às 15h40 (horário de Brasília), os três principais índices acionários dos Estados Unidos operavam em queda superior a 2%. O índice Dow Jones caía 2,23%, enquanto o Nasdaq e o S%P 500 recuavam 2,40% e 2,20%, respectivamente.
Apesar de a maior parte dos economistas americanos celebrar a continuidade de Barack Obama no poder, a ressaca das eleições fica com o sabor amargo do déficit público. As bolsas operavam próximas da estabilidade enquanto os investidores aguardavam o resultado das eleições. Porém, uma vez que houve um eleito, os temores mudam de foco. O interesse dos investidores agora é saber como o governo Obama fará para reduzir o déficit sem levar o país de volta para a recessão. "Não é tão simples dizer que as ações caem porque Romney perdeu. Agora, os EUA precisam voltar ao trabalho, pois as coisas estão enroladas em relação ao abismo fiscal e impostos", afirmou o estrategista da BMO Capital

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